Centenas de pessoas participam de procissão dos excluídos no Sítio Arqueológico de São Francisco

26/04/2011 08:39

Centenas de pessoas participaram na sexta-feira 22, de uma programação diferenciada em comemoração à Semana Santa.

Com apoio da atual Administração de São Sebastião, através da Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo), os grupos de moradores e visitantes participaram da  primeira procissão dos excluídos. Com o tema, “dos porões aos céus”, a temática do cortejo foi a cultura negra e suas influências na sociedade.

O evento teve apoio da Defesa Civil, Parque Estadual da Serra do Mar núcleo São Sebastião, Ditraf (Divisão de Tráfego) e da Sesau (Secretaria de Saúde) com as ambulâncias.

A Administração contou também com a parceria do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Educafro (Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes) e Paróquia Nossa Senhora do Amparo.

A 1ª Semana Santa Inculturada Afro teve como objetivo proporcionar reflexões sobre a via dolorosa de Jesus e sua correlação sobre a trajetória de sofrimento, resistência e vitória do povo africano em nosso país.

Cada estação da Via Crúcis foi acompanhada por apresentações de grupos culturais e celebrações entre o percurso nas ruas do bairro. Entre as manifestações estavam representadas a congada do bairro São Francisco, os grafiteiros, o movimento hip hop, através do break dance, maculelê, jongo e samba de roda, todos que fazem parte das oficinas culturais do município.

Procissão

Em seguida, todos os presentes foram convidados a subir ao Sítio Arqueológico. A procissão chamou bastante a atenção pela diversidade da cultura negra presente na sociedade de hoje. Para o assessor cultural Edson Guerreiro, o  break dance é “bom para o corpo e para a mente”, ele se faz presente na sociedade como uma saída para as drogas e violência que o povo negro é tão vítima quanto qualquer outro membro da sociedade, disse.

Cerca de 200 pessoas subiram a trilha do sítio para conhecer aquele local que há séculos era uma fazenda de contrabando de escravos. Após a chegada de todo o grupo ao pátio do sítio, o arqueólogo responsável pelo local, Wagner Bournal, respondeu a uma rodada de perguntas referentes ao Sítio Arqueológico.

Dentre as perguntas, Bournal aproveitou o momento para contar algumas curiosidades e lendas que cercam a existência do lugar. Ele lembrou também, que no sítio, todas as religiões e culturas estão presentes nas construções antigas, como desenhos de formas geométricas, as quais lembram simbolismos do judaísmo, catolicismo, maçonaria, entre outros.

Experiência

Cecília de Oliveira Faria é dona de casa e moradora de São Sebastião, mesmo não sendo de nenhuma entidade relacionada à cultura negra, fez questão de participar das comemorações. “Nunca tinha subido no sítio, foi à primeira vez; é uma experiência incrível você juntar a questão da religiosidade, história e cultura de um povo, o lugar é maravilhoso, é mágico  estar aqui. Vou levar essa experiência pra sempre na minha vida”, disse a sebastianense.

Um dos momentos mais emocionantes da procissão foi a chegada de uma turista de 62 anos, moradora do Rio de Janeiro, que mesmo tendo sofrido um derrame há alguns anos, com a ajuda da equipe da Defesa Civil, conseguiu chegar ao topo do sítio para a celebração espiritual.

Fonte: Depto de Comunicação

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